Dalva de Oliveira ficou na História do Brasil não só por causa do timbre macio de sua voz, e do alcance dos tons agudos dela... mas pela repercussão das discussões "musicais" que tinha com seu marido, Herivelto Martins. O país todo vibrava ao redor dessa briga conjugal lavada em praça pública, com Herivelto lançando gracejos indelicados sobre Dalva numa música... para sofrer a réplica desta em melodias pungentes.
Se o Chico Viola, o Rei da Voz, deixou sua última música para os fãs - Adeus, Cinco Letras - Dalva de Oliveira, a versão feminina de Francisco Alves, também deixou-nos "Bandeira Branca". Aplaudida por uma multidão no Maracanãzinho em seu apogeu, essa música revela todo o amor que Dalva ainda guardava para Herivelto, depois de todas as desavenças... e apesar delas.
Ao se referir a essa canção, Luis Fernando Veríssimo constrói um conto baseado na irremediável sensação da saudade; sentimento que nos acomete principalmente no que diz respeito aos amores mais sonhados que vividos.
Através dos encontros e desencontros de Píndaro e Janice vai sendo descortinada essa situação de saudade, tão comum aos nossos primeiros desenganos amorosos. Um momento que nos traz reflexões importantes sobre como nossas histórias são apenas versões criadas pela nossa ótica pessoal, pela interpretação (quase sempre erronea) daquilo que os outros buscam em nós.
Através dos encontros e desencontros de Píndaro e Janice vai sendo descortinada essa situação de saudade, tão comum aos nossos primeiros desenganos amorosos. Um momento que nos traz reflexões importantes sobre como nossas histórias são apenas versões criadas pela nossa ótica pessoal, pela interpretação (quase sempre erronea) daquilo que os outros buscam em nós.
Este conto é paradoxal não só em seu conteúdo, mas também devido ao ano em que foi lançado: 1976 -- ao mesmo tempo em que a festejada Apple era fundada, Fidel Castro tornava-se o chefe de estado de Cuba. No Brasil um ciclo se fechava, com a morte do Ex-Presidente Juscelino Kubitschek.
A produção literária de Luis Fernando Veríssimo é reconhecida e valorizada pela criatividade e o humor de obras como "A Grande Mulher Nua", "Todas as Histórias do Analista de Bagé", e "As histórias completas de Ed Mort".
Escritor prolífico, Luis Fernando Veríssimo é autor de mais de sessenta livros, que vão desde poesia, piadas, romances... até contos sobre o lado pitoresco do dia-a-dia. Veríssimo se vale do humor para lançar luz sobre pequenos momentos do cotidiano, e revelar aí, de modo perspicaz, o lado engraçado e inusitado da vida.
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