Nós da Agência
Brandstorm nos deparamos com dois caminhos ao fim de nossas pesquisas sobre a
revitalização da Identidade de nosso empreendimento: a) seguir pelo uso
indiscriminado dos mecanismos de “convencimento” pura e simplesmente –
mecanismos apontados com a descoberta do Sujeito Ontológico... ainda que tais
mecanismos sejam extremamente eficazes; b) enquadrar esses mecanismos num
contexto mais humano, mais condizente com nossa visão de como uma Agência de
Publicidade deve interagir com sua clientela... e para isso conjugar a técnica
à missão de valores, num todo coeso e ético.
O raciocínio era
simples: se Branding implicava em trabalhar a representatividade do
empreendimento (através da Marca), então nada mais justo do que estender essa
vivência também às empresas-clientes de nossa Agência. Porque, se bem entendido
o processo, a Marca atinge tanto a empresa quanto o consumidor.
A empresa não é
auto-suficiente, ela precisa de orientação quanto à inserção de seu nome e de
suas aspirações no Mercado – e será a Brandstorm a encarregada de transmitir a
segurança que a empresa busca ter em suas decisões.
Assim,
analisando os serviços oferecidos pelas concorrentes diretas de nossa Agência,
percebemos que o enfoque sempre cai sobre o consumidor – e nunca sobre a Marca e a
Empresa. E isso cria uma relação triangular defeituosa, onde existe apenas um
vértice...quando deveriam existir três.
Logo, a
Brandstorm talvez seja a única agência ciente de que seu trabalho não termina
na apresentação da Marca ao consumidor – mas também engloba a apresentação da
Marca à própria empresa que a possui...sob um novo olhar.
Pois uma Marca
nada mais é do que a vivência de experiências relacionadas aos produtos, aos
serviços e à reputação de uma pessoa física ou jurídica. Esse é o segredo: a
palavra-chave VIVÊNCIA.
E vivência nos
remete a compartilhamento... a troca de impressões.
Daí os rituais
de partilha: o mecanismo que deu origem às primeiras relações familiares e
tribais. Daí o aprimoramento dessas relações ter dado origem às primeiras
manifestações religiosas. E como tudo isso começou ? Com um convite... para que
o Outro se sentasse à nossa frente e falasse de si.
O lado lúdico da
natureza humana vem disso: as cerimônias religiosas transformaram-se em
comemorações festivas... onde a distribuição de comida e de bebida entre os
convidados ganhava aos poucos um significado cada vez mais elaborado. Cada país
e cada cultura da Terra tem o seu “partilhar” específico: no caso do Povo
Brasileiro... esse compartilhamento gira em torno do Café.
Ana Luiza
Martins, em seu excelente livro “A História do Café” (Editora contexto), nos
brinda com informações sobre esta fruta vermelha que nasce da flor branca e
perfumada do coffea arábica:
O hábito de tomar
café como bebida prazerosa, em caráter doméstico ou em recintos coletivos,
deslancharia a partir de 1450. O produto era apropriado para a cultura
árabe-islâmica, pois vinha ao encontro dos preceitos religiosos do islamismo
ditados pelo Alcorão, que condenava bebidas alcoólicas. A princípio, um de seus
consumos correntes foi entre os filósofos sufis, que, ao tomá-lo, permaneciam acordados
para a prática de exercícios espirituais. Ao longo do século XVI, os árabes
ampliaram as plantações em face do interesse pela bebida que atraía pelo teor
excitante, pela proveniência oriental e pelo seu potencial de comercialização.
Em 1520, a região de Moka, principal porto do Iêmen, foi responsável por um dos
maiores cultivos do produto no mundo árabe. E seu porto, o maior exportador. Cabe
à Turquia, contudo, o pioneirismo do “hábito do café”, que ali se popularizou e
transformou-se em ritual de sociabilidade. Na luxuosa capital Constantinopla,
centro cosmopolita implantado estrategicamente entre três continentes, com
população expressiva e que abriga palácios e mesquitas requintadas, surgiu o
“Café”, estabelecimento aberto ao público. Data de 1475 a abertura daquele que
é considerado o primeiro Café do mundo – o Kiva Han – marco do consumo
generalizado da bebida. Desde então, tomar café passou a ser ritual que se
propagou pelo mundo afora. Em 1574, os Cafés do Cairo (Egito) e de Meca (Islã)
eram locais procurados, sobretudo por artistas e poetas. Em Meca, cidade
sagrada para os muçulmanos, a sudoeste da Ásia, em direção à qual se devia
rezar cinco vezes ao dia, ingeria-se a bebida enquanto se exclamava 116 vezes:
“Ya Kawi”. Assim, impregnada na cultura do mundo islâmico, a bebida foi
absorvida até mesmo pela legislação turca. Sabe-se que as esposas podiam pedir
divórcio caso o marido não provesse a casa de uma cota de café.
Como
se vê, muita coisa se esconde no fundo de uma xícara de café.
Uma
vez coligidas essas informações, interagir com os clientes de nossa Agência
adquiriu contornos teóricos mais nítidos. Um dos desdobramentos destas
reflexões foi a tomada de contato com os trabalhos de Daniel J. Eldeman,
proprietário da StrategyOne.
Seus
insights sobre os “mental marketplaces”
nos ajudou a redefinir o alcance da Marca Brandstorm. Ela originalmente estava
embasada nos seguintes termos, muito bem definidos por nossa executiva de
contas Flávia Matos:
Como signo de
comunicação para compor a arte do logo da Brandstorm, foi escolhido o
guarda-chuva azul com a finalidade de linkar o planejamento visual com os
princípios e diretrizes de nossa agência. Partindo do trocadilho que formou o
nome da agência- brainstorm (tempestade de ideias) para brandstorm (tempestade
de marcas) - o que justifica o guarda-chuva aberto sob o nome da agencia, é o
significado do próprio símbolo, que é utilizado quando há uma tempestade a ser
enfrentada - o de proteção. Assim, o guarda-chuva azul da BrandStorm figura em
nosso logo para oferecer proteção contra a “tempestade” -- que em um outro
contexto pode ser considerada a competição ou a disputa de mercado com outras
brands. Esse é o motivo para o guarda-chuva figurar no logo de forma aberta- em
atividade, pronto para enfrentar qualquer tormenta- e não fechado -- inativo,
parado, sem utilidade. A ideia aqui é demonstrar que ele está aberto para
ampliar a imagem de extensão e área de ação; de braços longos, de capacidade de
abraço e acolhimento fortes e seguros, de mobilização para proteção total para
quem está sob nosso guarda-chuva. A cor azul celeste foi escolhida por conta da
sensorialidade que induz ao status de estabilidade, profundidade, lealdade,
confiança, sabedoria, inteligência, verdade, generosidade, tranquilidade,
integridade, entre outras sensações positivas.
Não
seria exagero dizer que o Logo da Agência Brandstorm cumpria com uma função
análoga à do Café: congregar em torno de si as pessoas, suas histórias e seus
sonhos. Mas segundo as diretrizes dos mental
marketplaces não adiantava levar em conta apenas a forma como nós, seus
integrantes, gostaríamos de apresentá-la ao mundo – devíamos compreender esse
mundo no qual a Brandstorm se encontrava inserida.
A
Região Metropolitana de Campinas (RMC) delimita um público-alvo específico, condicionado
por expectativas e condições sui generis. Ela foi criada pela Lei Complementar
n. 870, de 19/06/2000, sendo a mais nova do Estado de São Paulo. É formada por
19 municípios: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro
Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte-Mor, Nova
Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio da Posse,
Sumaré, Valinhos e Vinhedo. Todos ocupam uma área de 3.348 km2, o
que corresponde a 1,3% do território paulista.
Nos últimos
anos, a região de Campinas vem ocupando e consolidando uma importante posição
econômica nos níveis estadual e nacional. Essa área, contígua à Região
Metropolitana de São Paulo, comporta um parque industrial moderno,
diversificado e composto por segmentos de natureza complementar. Possui uma
estrutura agrícola e agroindustrial bastante significativa e desempenha
atividades terciárias de expressiva especialização. Destaca-se ainda pela
presença de centros inovadores no campo das pesquisas científica e tecnológica.
Em Campinas os
efeitos da estagnação econômica no país entre os anos de 1980 e 1990 expressam
um paradoxo. Conhecida como “Vale do Silício”, referência à região do Estado da
Califórnia, EUA, por seu nível de renda, por concentrar indústrias de alta
tecnologia (informática, telecomunicações, química fina e biologia molecular) e
pelos seus centros de ensino e pesquisa que, ao lado de sua localização
estratégica, asseguram elevado potencial de desenvolvimento econômico. Seu
dinamismo é evidenciado pela capacidade de atrair investimentos produtivos
diversificados, especialmente de maior complexidade tecnológica: equipamentos
para telecomunicações, informática e eletrônica para autopeças. A região de
Campinas tornou-se o 2º. pólo industrial do país e está entre as 10 principais
regiões do Brasil, perdendo apenas para São Paulo.
E
o que isso significa para a nossa Agência ? Que Campinas e sua Região
Metropolitana é um fervilhar de histórias... sendo escritas a todo tempo, das
mais variadas formas. Se a Brandstorm quer fazer parte de algumas dessas
histórias, deve ampliar a sua metodologia de abordagem.
Antes
a Agência era o marco divisor, um fator de proteção – por isso o Guarda-Chuva
se situava no meio do nome, entre a “marca” e a “tempestade”.
Agora
a Brandstorm pretende consolidar seu nome, deixando claro o que oferece em
termos de diferencial: não só proteção (o guarda-chuva), mas também destaque (o
raio) à marca do cliente... através da possibilidade deste escrever sua própria
história (a ponta de lápis na qual termina o raio). A Brandstorm é a mediadora
entre a empresa e a assinatura que esta deixa.
A
mudança na tonalidade da Cor Azul da Logomarca reforça essa intenção: mais que
enfocar na Tempestade, e no azul-escuro de um dia chuvoso, busca-se reproduzir
a sensação de calma e enlevo de lugares paradisíacos, com um fundo
azul-turquesa.
E como se sabe, nada melhor do que estar em um ambiente tranquilo, onde se possa ter uma boa conversa... regada a uma saborosa xícara de café.